Com informações da BBC – 17/01/2012
Métricas da saúde
Um prêmio de US$ 10 milhões (R$ 18 milhões) está à espera de quem consiga criar um “tricorder” médico, um aparelho de diagnóstico similar ao usado pelo Dr. McCoy, da série Jornada nas Estrelas.
O Qualcomm Tricorder X Prize está desafiando cientistas e engenheiros a construir uma ferramenta capaz de capturar “as métricas-chave da saúde e diagnosticar um conjunto de 15 doenças”.
Ele precisa ser leve o suficiente para que os candidatos a Dr. McCoy possam levá-lo a tiracolo – um peso máximo de 2,2 kg.
De acordo com o manual técnico oficial de Jornada nas Estrelas, um tricorder é um “aparelho portátil de sensoriamento, computação e comunicações de dados”.
O aparelho capturou a imaginação de milhões de espectadores do filme quando foi usado pela primeira vez na primeira transmissão da série, em 1966.
No episódio, que ocorria no século 23, o médico da equipe usou o tricorder para diagnosticar uma doença simplesmente fazendo uma varredura do corpo de uma pessoa.
Fato cientÃfico
Os organizadores do prêmio esperam que o enorme quantia em dinheiro possa inspirar os engenheiros de hoje a descobrir o segredo do gadget sci-fi, e “fazer a ficção cientÃfica do século 23 virar uma realidade para os médicos do século 21”.
“Eu provavelmente sou o primeiro cara que que ficaria feliz em perder US$ 10 milhões”, brincou o presidente da X Prize Foundation, Peter Diamandis.
Enquanto o tricorder ainda é coisa de ficção cientÃfica, outros prêmios X Prizes já se tornaram fato cientÃfico.
Em 2004, o Ansari X Prize para uma espaçonave reutilizável privada foi concedido à equipe que construiu a nave SpaceShipOne.
Grande parte da tecnologia desenvolvida para ganhar o prêmio foi posteriormente utilizado pela Virgin Galactic, uma das parceiras da NASA na nova era de exploração espacial privada.
Saúde wireless
Ao comentar o prêmio, o professor Jeremy Nicholson, chefe do departamento de cirurgia e câncer no Imperial College de Londres, afirma não acreditar que alguém possa ganhar os US$10 milhões em um futuro próximo.
“Os desafios são: o que você vai detectar, quais são as amostras que você pode colher e como juntar tudo em um único aparelho?”, afirmou.
Mesmo se o aparelho puder ser construÃdo, continuou ele, os testes e a obtenção da aprovação para uso médico podem levar muito mais tempo.
Mas o Sr. Diamandis, aquele que ficaria feliz em pagar o prêmio, afirma que o simples fato de o prêmio existir poderia transformar o setor de saúde.
“Não é uma solução pontual. O que estamos procurando é o lançamento de uma nova indústria”, disse ele.
“O tricorder que foi usada por Spock e Bones inspira uma visão de como a saúde será no futuro. Ela será sem fio, móvel e minimamente ou não-invasiva,” prevê Diamandis.
Se serve como consolo para aqueles que pensam em ganhar o prêmio, pelo menos uma caracterÃstica do tricorder de Jornada nas Estrelas não precisará estar presente.
“Nós não temos uma exigência de que o aparelhinho faça um zumbido,” brincou Diamandis.