É uma
paranóia que vem contagiando o planeta. Mas são tantas as ilustres
personalidades a acreditar numa conspiração em cada esquina que fica a
dúvida: será que não há nelas uma porção de verdade? Por João
Magalhães E-mail: jsmaga@terra.com.br
Fotos: Sites e
Arquivo AE.
O sequestro
da filha de Sílvio Santos, uma farsa, e a morte de Lady Di, uma
conspiração...
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são teorias conspiratórias alimentadas por cérebros como o de Jim
Keith(à direita), autor de nove livros conspiracionistas. |
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A
teoria de Milton William Cooper(à esquerda), militar... |
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reformado norte-americano que serviu na Guerra do Vietnam como agente
de inteligência, é a de que o presidente John Kennedy (à direita) foi
assassinado porque pretendia denunciar à opinião pública a existência
de um acordo que envolvia o governo norte-americano e seres
alienígenas. |
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A história
começou em 1947, quando a força aérea americana teria derrubado um
Ovni, na cidade de Roswell, no Novo México e feito autópsia em ets
mortos no incidente.
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Uma sociedade
secreta controla os destinos do mundo? Há seres extraterrestres vivendo
entre nós? O assassinato da princesa Diana foi obra da CIA? O seqüestro
de Patrícia Abravanel, filha de Sílvio Santos, não passou de uma farsa?
Sempre
que episódios de vulto são revestidos de uma ponta de mistério, surgem,
paralelamente, as chamadas teorias conspiratórias – a suposição de que
alguém ou alguma associação planejou uma ação perversa, com interesses
escusos, e sumiu com as provas de seu envolvimento nela.
Mas
a questão é: de onde vêm essas teorias? São puras fantasias,
alucinações coletivas, maquinações infantis?
Cary
Cooper, professor de Psicologia da Universidade do Instituto Manchester
de Ciência e Tecnologia, acredita que elas procedem de uma mente
confusa.
"No
passado foram identificadas várias conspirações e é natural que todos
os dias emirjam centenas de outras de maior ou menor importância.
Qualquer pessoa pode lançar uma teoria que se baseia em fatos que nem
ela própria conhece", ele explica.
Robert
Todd Carroll, editor do Dicionário Cético ,
vai mais além e diz que aceitar as achices dos
teóricos conspiratórios, a quem apelidou de TCPs, é o mesmo que
preencher uma ficha para a internação num hospício.
De
características marxistas e por vezes nacionalistas, as supostas tramas
têm-se difundido em milhares de páginas da Web e em grupos de discussão
como o alt.conspiracy .
Segredo é a sua palavra-chave. Dinheiro e ambições políticas são os
combustíveis que as movem. Seu denominador comum é a da justificativa
pela negativa: as fontes oficiais dizem que não, portanto tal hipótese
deve ser verdadeira.
Não
importa quem são seus executores mas quem as planeja – e estes deteriam
mais da metade da fortuna do planeta ou ocupariam cargos estratégicos
em governos de países como os Estados Unidos e Inglaterra. Pelo menos é
com base nessas proposições que os experts as apresentam ao público. A
questão é polêmica.
Segundo
Jonathan Vankin , jornalista e
estudioso do assunto, as pessoas estão cada vez mais isoladas umas das
outras, mergulhadas nas telas dos computadores, nos apelos maliciosos
das emissoras de televisão, prisioneiras dos vidros das janelas e dos
pára-brisas dos automóveis.
"Somos
nutridos pelos frutos da sociedade moderna – vivemos alienados. A
verdade está mesmo lá fora, como insinuam os episódios do Arquivo-X",
ele sustenta.
Vankin
é visto como um dos gurus das teorias conspiratórias, ao lado de David
Icke, Myron Fagan, Ken Adachi, Jim Keith, Milton William Cooper,
Anthony Sutton e Robert Gaylon Ross.
David
Icke é um escritor controvertido. Ele jura que é contatado
regularmente por lagartos alienígenas, que lhe contam coisas como os
segredos que existem no calendário gregoriano.
Bem
exótico era Jim Keith . Autor de nove livros
conspiracionistas, ele dizia que podia ver além das aparências – uma
cena de sexo explícito, embutida em desenhos de Walt Disney, por
exemplo. Keith morreu em 7 de setembro de 1999, durante uma cirurgia na
perna, que foi queimada, quando ele participava de um festival, cujo
objetivo era atravessar paredes de fogo.
Ken
Adachi tem um site voltado à dissecação da Nova Ordem
Mundial, uma sociedade secreta que, segundo ele – e muitos TCPs –,
dirige os rumos do nosso planeta e será a responsável pelo Apocalipse.
Na
mesma linha de pensamento desponta Myron
Fagan . Nascido em 1888, era dramaturgo, diretor, produtor,
editor e relações públicas de Charles Hughes, candidato republicano à
presidência dos Estados Unidos, em 1916. Ao longo de sua vida, ele
afirmou ter em mãos documentos secretos que o levaram a escrever Red
Rainbow (Arco-íris Vermelho) e Thieves Paradise
(Paraíso dos Ladrões).
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
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