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Como se Chega às Estrelas

Por Comodoro Marc Seven

Terra, Século 20

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Não decidimos fazer essas coisas por que são fáceis, mas por que são difíceis

Com uma frase assim um presidente de uma de varias nações da Terra definiu sua vontade  política de construir naves tripuladas capazes de sair do planeta e visitar o satélite mais próximo.

Até então o meio de propulsão mais poderoso que se podia construir era um aparelho que usa o que conhecemos da Frota Estelar como empuxadores químicos.

O resultado inicial foi esta nave que conseguiu cumprir essa missão depois de 10 anos de desenvolvimento apoiado por um ideal político de supremacia sobre outras nações da Terra. 

Quando havia intenção política.

Quando havia a corrida.

Havia desenvolvimento.

No fim do século 20 não se foi mais a lua, não havia mais a guerra fria.

No entanto alguns sonhadores ainda queriam saber mais sobre o espaço e as facções militares ajudavam a financiar os projetos em busca de conhecimentos que pudessem ser aproveitados de modo tático.


Mesmo assim a forma de se mover uma nave tinha muito mais preocupações para se livrar da gravidade da Terra do que para sair do sistema solar.

No ano de 2005 o sistema de propulsão interplanetário mais desenvolvido era o de �Plasma� que consistia num jato fino de plasma que não tinha muita potencia mas tinha persistência para poder fazer grandes viagens a longo prazo.

Prazo bem longo mesmo...


Ficção Cientifica

Como era de se esperar, tudo o que existe nesse universo já foi o sonho de alguém.

Julio Verne checava os avanços da ciência e da tecnologia contemporâneas e extrapolava prevendo invenções em seu uso prático como o submarino e até planejou uma viagem à lua rica em detalhes.

Naquela época, chegar as estrelas ainda era sonho pra doido.

Todos os escritores de qualidade tratam de se informar a respeito das teorias vigentes e até desenterram algumas perolas para criarem em torno dessas informações uma estória convincente sobre o que aconteceria se esta descoberta viesse a se tornar um fato cientifico real.

Então, como os escritores, roteiristas e produtores explicavam que uma determinada nave saída de um sistema solar para ir para outro num tempo que fosse menor que a vida inteira dos ocupantes da nave?

Phoenix


Nano noção sobre relatividade

Por volta de 1920, Albert Einstein reescreveu a teoria da gravitação de Newton desenvolvendo-a de tal maneira, demonstrando que gravitação e aceleração são a mesma coisa, alem de provar que vivemos num universo quadridimensional

1ª altura

2ª largura

3ª comprimento ou profundidade

4ª tempo

Outra coisa importante que Einstein postulou foi que NADA NO UNIVERSO NORMAL ANDA MAIS RAPIDO QUE A LUZ.

E=MC2

Como ele chegou a essa formula? Não faço a menor idéia!

O que eu sei é que ele provou que ela funciona

Se uma nave, ou qualquer objeto começa a se deslocar, ele de alguma forma afeta esse equilíbrio.

Na medida em que a velocidade C aumenta, sua energia e sua massa se alteram.

Einstein provou matematicamente que quanto mais esse objeto se aproxima da velocidade da luz, ele vai se tornando energia.

Há também outro fenômeno chamado distorção temporal.

Um exemplo:

Digamos que eu esteja dentro de uma nave que esta numa velocidade de 299.997km/s estou eu num corredor na parte de trás da nave e disparo uma bola para frente que vai (do meu ponto de vista) a 4km/s, estando a nave ainda no nosso universo e sujeita ainda à teoria da relatividade diríamos que a bola agora viaja a 300.001 km/s certo?

ERRADO!

Nesse exato ponto da viagem, dentro da nave, por causa da velocidade, o tempo anda mais devagar dentro dela do que fora, pra quem está parado. A bola na verdade vai levar muito mais tempo pra atingir o fim do corredor.

Eu mesmo não noto isso quando disparo a bola pois estou também sob influencia da distorção temporal.

Velocidade acima da da luz????

Pronto, eis a grande questão!

Como se pode escrever num livro, roteiro, novela, ou mesmo se contar uma estória sobre ir pra outro sistema solar?

A estrela mais próxima do sol é Alfa Centauri e essa vizinha está tão longe que a luz leva quatro anos pra cobrir essa distancia.

Sendo assim temos uma barreira a ser vencida, a chamada barreira do tempo.

Tanto teóricos quanto roteiristas de ficção cientifica mostram suas idéias para realizar esse feito, há tanto suspense e tanta espectativa para que a humanidade vença essa barreira quanto Antes de 13 de Fevereiro de 1947 quando não se sabia o que aconteceia com alguém que passasse da barreira do som.

Dos sistemas de propulsão que podem vencer a barreira do tempo, temos as seguintes idéias.

1 - Viagem pelo Hiperespaço

A nave pode gerar um campo energético de tal magnitude que consegue projetar um portal, ou abrir uma brecha no espaço em torno se si mesma, um campo com uma vibração idêntica ao de uma outra dimensão de espaço tempo batizada como hiper-espaço, uma vez lá a nave pode simplesmente abrir outra brecha para voltar ao nosso novel de espaço só que numa localização totalmente diferente da original.

Nenhum cientista, roteiro ou teoria, jamais conseguiu explicar como é feito o retorno do hiperespaço de uma forma confiável, as estórias mais recentes como perdidos no espaço e babylon 5 atenuam essas duvidas com a utilização de portais. Já em Stargate e em guerra nas estrelas o que se faz é direcionar a nave para seu destino, acelerar e acionar os geradores de brecha hiperespacial. Enquanto estes estiverem acionados, a nave estará no hiperespaço, seria como se andar meio metro no hiperespaço equivalesse a andar um minuto-luz no nosso universo . Assim para chegar ao destino basta calcular quanto tempo se fica nesse hiper-estado, pra que simplesmente se desligue o motor e a nave volte para o espaço normal. Podem se até fazer cuvas dentro do hiperespaço, o que fariam os computadores de bordo (assumindo que eles ainda funcionariam nessas circunstancias bem como o frágil mecanismo biológico dos ocupantes da nave) pirarem de tanto recalculo.

Pra isso temos que assumir que o hiperespaço se comporta desse jeio.

No século 21 ainda não se sabe de nada sobre isso.

2 - Propulsao de Dobra Espacial

Ao contrario do que muitos pensam, a propulsão de dobra espacial, não é a usada no universo jornada nas estrelas, eu explico isso daqui a pouco, a dobra espacial tem o mesmo conceito básico da propulsão pelo hiperespaço, mas esse SALTO como chamam dura um milésimo de segundo, e a navegação, os cálculos a energia gasta para isso, tudo ainda um puro e grande mistério.

O que se faz na pratica é o que ouvimos o capitão da Galáctica dizer:

‑ Preparar cálculos para salto no hiperespaço em direçao ao sistema tal

depois de um tempo alguém anuncia que calculou como se criam os campos que vão �chutar� a nave pra dentro do hiperespaço por um milésimo de segundo e definirá a forma como ela vai se comportar lá nessa fração de tempo para que quando for expulsa de volta para nosso universo ela esteja perto do sistema tal...

‑ Saltar � diz o capitão...

Que viagem!!!

Essa figura tenta mostrar como isso acontece: usando as teorias das cordas, que rezam que vivemos num universo de onze dimensões, onde você puder curvar a corda do espaço tempo, você pode criar uma brecha de um ponto a outro do espaço como se ele fosse uma folha de papel, encostar as duas bordas num ponto determinado e atravessa-lo, o que seria seguido pelo fechamento natural da brecha.

Já imaginou vc na sua lambretinha indo de um planeta para o outro em seu pacifico sistema e de repente �aparece� uma nave de um kilometro e meio bem na sua frente! Ou quem sabe pior ainda, EM TORNO de você?

Dá pra encarar?

Perigoso não?

Existem tantas perguntas a respeito que dá até pra fazer filme de terror

Confiram isso no filme Enigma da Horizonte.




Propulsão de TORÇÃO espacial

A palavra WARP usada nos roteiros originais significa torção, e pra quem se lembra da dublagem antiga do seriado original, era essa a palavra que o Cap Kirk usava em seus comandos.

À frente, torção fator 8.

Ao contrario das outras teorias que vimos hoje, a Torção espacial descrita em jornada nas estrelas vem com todos os opcionais!

Temos informações sobre energia usada, formas de aplicação, navegação, sistemas estruturais, e podemos com certeza entender o por que das emergências enfrentadas pelos valorosos engenheiros dessas naves simplesmente gloriosas...

Comecemos então pelo absolutamente necessário: ENERGIA

Em 1928, Um cientista Chamado Paul Dirac, depois de provar a existência do pósitron, previu a existência da antimatéria, A antimatéria consiste em matéria composta de antiparticulas das partículas que constituem a matéria normal. Um átomo de antihidrogenio, por exemplo, é composto de um antiproton de carga negativa orbitado por um pósitron de carga positiva. Se um par partícula/antipartícula entra em contato estes se aniquilam entre si produzindo energia que pode manifestar-se na forma de outras partículas, antipartículas ou radiação eletromagnética.

Em outras palavras, se matéria esbarra em antimatéria: BUM! Total aniquilação dos elementos.

Agora imaginemos junto com os roteiristas de Jornada nas Estrelas como se lida com esse BUM!

Falando do ponto de vista do século 21 onde estamos, a Raça Humana ainda vai ter muito trabalho pra simplesmente conseguir um processo rápido de criar e �enlatar� antimatéria em quantidade suficiente para tentar fazer os primeiros testes sobre o controle dessa reação destruidora. De acordo com a tecnologia de hoje, para juntar, digamos 100 gramas de antimateria um ciclotron teria que trabalhar sem parar por pelo menos dois anos...

Tudo bem, Em jornada nas estrelas é muito fácil inverter a polaridade de um gás chamado deuterio. O deutério é um dos isótopos estáveis do hidrogênio ( símbolo 2H ). O núcleo do deutério é formado por um próton e um neutron O seu peso atômico é igual a 2. Se encontra na natureza na proporção de um para cada 7.000 átomos de hidrogênio. A grosso modo o deutério é um primo do hidrogênio com um peso atômico maior. Muito bem temos agora anti deutério em profusão, vamos juntar os dois numa boca de foguete e...

BUUUMMMMM!!!!

Não funcionou....

O deutério, o anti deutério, a boca do foguete, o laboratório, o prédio, a rua, o bairro e a cidade foram vaporizados....

Xi!

Putz, foi tanto trabalho descobrir como se faz antimatéria rapidamente!

E é aqui que para a ciência e a imaginação começa a reinar.

Como se faz pra efetivamente CONTROLAR essa reação?

Simples!

Seu laboratório vive explodindo com experiências de antimatéria?

SEUS PROBLEMAS ACABARAM!

Com o novíssimo CRISTAL DE DILITIUM TABAJARA você pode jogar matéria de um lado, antimatéria do outro e a estrutura do cristal destila a aniquilação emitindo energia pura em estado de plasma!

OOOOOOHHHHH!!!!!!

É isso aí!

Um cristal imaginário permite que toda essa energia possa ser canalizada e utilizada por todos os sistemas de uma nave estelar padrão da Federação. Esse fenômeno até hoje não foi provado, testado e é tão típico de jornada nas estrelas que os cientistas simplesmente renegam estudar o fato.

Não dá nem pra culpá-los, alguém se arrisca a juntar matéria e antimatéria num cristal só pra ver se funciona?

Quem quiser fazer por favor faça láááááááááááááááááááááááááá longe!

Chegamos então a construção de um reator de dobra

Vamos chamar de dobra e não torção por ser um termo, apesar de errado, familiar.

O núcleo de um reator de dobra tem quatro partes básicas.

Injetores de Matéria.

Conduites magnéticos de segurança ( e tem que ter MUITA segurança).

Câmara de reação.

Cristal de dilitium.

Percebe se logo de imediato que essa configuração foi feita pensando se no Maximo de segurança possível, em caso de problemas na engenharia todo esse conjunto pode ser ejetado para em caso de explosão ao menos a nave ter tempo de se afastar para uma distancia segura.

Aqui nessa figura temos um detalhe de como é a câmara do reator e de como o cristal de dilitium é atingido pelos dois feixes de reagentes, deutério e anti deutério.  Notem que todos os materiais envolvidos no processo são guiados por campos magnéticos tubulares.

Sendo assim como diz o suicida que pulou do vigésimo andar quando passa pelo décimo ATÉ AQUI TUDO BEM temos uma baita fonte de energia, tão poderosa quanto perigosa. Se vocês se lembram bem, sempre que o engenheiro chefe de uma nave diz que os conduites de matéria e antimateria estão falhando, ou os injetores estão fora de controle, o capitão da nave fica com uma vontade enorme de ordenar o abandono da nave. De fato foi um sério vazamento do liquido resfriador, que ajuda as paredes dos conduites de plasma de dobra que saem da câmara de reação e a própria câmara a suportarem o calor resultante da emissão desse mesmo plasma. Não havia tempo para desligar o sistema pois havia muito desse plasma nos conduites, e esses não podem ser ejetados.

A nave estava mesmo perdida.

E o que fazemos com toda essa energia? Bom, como isso não existe ainda nesse século, pouquíssimas são as informações disponíveis sobre como canalizar e utilizar essa energia no maquinário da nave. O que se sabe é que com esse nível de energia pode se sonhar em tecnologias derivadas como as dos phaseres, geradores de gravidade artificial e até mesmo teleporte, holodecks, escudos  e sintetizadores de matéria.

Falemos então de colocar essa energia imensa numa bobina...

Todo mundo sabe o que é uma bobina né?

Bom, a muuuitos anos atrás dois cientistas Michael Faraday (1791-1867) e James Clerk Maxwell (1831-1879), trabalhando separadamente registraram suas experiências com eletromagnetismo, o que definiu e foi muito usado nos séculos seguintes.

De acordo com o que eles descobriram, se você passa uma corrente elétrica por um condutor, esse condutor gera um campo magnético e vice versa.

Bom se a energia de uma pilha grande faz um prego com um fio enrolado nele, umas 100 voltas mais ou menos, se tornar um eletro imã IMAGINA O QUE NAO ACONTECE COM UMA BOBINA BEM GRANDE QUE RECEBE A ENERGIA DO PLASMA DE DOBRA.

Mais uma vez eu aviso aos físicos de plantão entre a platéia que o que estou descrevendo não foi provado, testado ou garantido por uma simples questão de ter sido muito bem imaginado ao longo de quase 40 anos!

De acordo com as descrições técnicas de jornada nas estrelas, o plasma de dobra é distribuído pela nave para, como já disse, acionar os sistemas principais, mas seu destino principal são as NACELES DE DOBRA.


Nessa figura vemos um corte de uma provável nacele de dobra de uma nave estelar qualquer, reparem que ela não é apenas uma mas uma série de bobinas.

Isso mesmo BOBINAS.

Como uma bobina não passa de um carretel de fio enrolado, as vezes com um formato diferenciado, dá até pra decepcionar com a simplicidade do projeto. Mas segundo a literatura existente, essas bobinas são feitas de um material hipercondutivo, o que somado com a energia do plasma de dobra vindo da nossa já conhecida câmara de reação, resulta não num campinho magnético, mas numa grande distorção de  campo GRAVITACIONAL.

É isso mesmo GRAVIDADE!

E o que se faz com um quando você cria um campo de gravidade  que tem a forma que você definir?

VOCÊ TORCE O ESPAÇO!!!!

Aí você vai me perguntar, pô, Sr Seven, vou torcer o espaço pra que?

Aí meus caros, é que a porca torce o rabo, literalmente!

Nós sabemos que viajar mais rápido que a luz no nosso espaço é impossível certo?

Sabemos também que o espaço se move certo?

Mas é verdade, o espaço é curvo segundo Einstein, tudo a nossa volta está de um jeito ou de outro afetado pelo movimento, pelas acelerações e também, portanto, pela gravidade.

Por exemplo, um buraco negro, uma coisinha pikinininha com uma força gravitacional tão grande que curva o espaço a sua volta de forma tão radical que até a luz é puxada pra dentro dele sem poder sair!

Perto dele você tem que fazer uma curva imensa para que possa passar por ele sem cair nessa ladeira cósmica

Nessa figura vemos algo como se duas folhas planas fossem colocadas perto de um buraco negro, as folhas planas servem pra gente imaginar melhor o que aconteceria com os pontos de cada folha apenas, no entanto esse efeito é sentido em toda a volta do fenômeno.

Bom, o espaço é curvo, ele pode se mover dependendo da força gravitacional aplicada, tudo bem?

Certo, agora vamos recapitular a máquina que estamos construindo na nossa mente:

Temos aqui a matéria e antimateria se encontrando romanticamente numa câmara de reação, que só não saem destruindo tudo ao redor por causa dos maravilhosos cristais de dilitium, que jorram energia em estado plasma que é distribuído pelas bobinas supercondutoras.

Warp coil

E com elas nós montamos naceles de dobra, ou seja, varias bobinas enfileiradas que são ativadas em seqüência.

Resultado

As naceles criam o que chamamos de campo de dobra.

Eu gostaria muito de ter uma animação aqui que pudesse ilustrar o que cada uma dessas bobinas faz dentro da nacele, mas o mais próximo que posso lhes mostrar é essa aqui. Nela podemos ver os campos distribuídos mas eles se movem, de proa se contraindo e os de popa se expandindo.

Isso faz com que o espaço em volta da nave se torça da mesma forma que fazemos ao torcermos um tubo de creme dental, note que não estamos falando de física dos líquidos por exemplo pois o espaço pode ser curvo mas não liquido como o da dimensão da espécie 8472, mesmo assim a proposta para a propulsão de dobra reza que torcer o espaço dessa maneira obriga a parte neutra, ou seja o centro do campo de dobra a se deslocar.

Como resultado disso, a propulsão acontece fora do espaço onde está a nave, todo o espaço a sua volta envolvido nessa concha é que trabalha para que o espaço em que a nave está se desloque, sendo assim os efeitos de dilatação temporal não acontecem dentro da concha, por que já que o espaço é que está se movendo, não há, na pratica, dentro do nosso universo, deslocamento de massa.

gravitatioanl wave inspiration

Lindo né?

Muito legal mesmo, viajar alem da velocidade da luz

OOOOHHHH!!!!

Pois é, mas quanta energia seria necessária pra que isso acontecesse?

Sabemos que o nosso sol é capaz de curvar o espaço em 6 graus, O NOSSO SOL!

Com sua gravidade que segura planetas e cometas maiores e em órbitas muito maiores do que a da nossa querida Terra, nosso sol curva o espaço em 6 graus.

De acordo com os cálculos de alguns astrofísicos, para que uma nave possa se deslocar na velocidade da luz, precisaria curvar o espaço repetidamente, bobina por bobina, pulso por pulso nada menos do que NOVENTA graus.

Agora que temos a nave, até que velocidade podemos ir?

Bom, até aqui as teorias da física tem sido guiadas a admitir que a quantidade de energia empregada no processo de torcer o espaço aumenta a velocidade numa progressão geométrica.

A equipe da Divisão de ciências da FFESP me trouxe esse gráfico fascinante que mostra a progressão do calculo de velocidade de dobra de forma que todos possam comparar com nossos padrões do século 21

A formula básica de calculo de dobra é: V = F ^ ( 10 / 3 ).

Onde: 

V=Velocidade que se deseja, ele é dada em números para serem multiclicados por C.
F=Fator de dobra que se deseja calcular.

Ai abaixo vai uma tabela pronta e arredondada, com a calculo,da,.velocidade em km/s, km/h. m/s
e, m/h:

WARP

VEZES C

LUZ,KM/S

LUZ,MS

LUZ KM/H

LUZ,MH

1

1

300.000

300.000.000

1.080.000.

1.080.000.000

2

10

3.000.000

3.000.000.000

10.800.000

10.800.000.000

3

39

11.700.00

11.700.000.000

42.120.000

42.120.000.000

4

102

30.600.000

30.600.000.000

110.160.000

110.160.000.000

5

214

64.200.000

64.200.000.000

231.120.000

231.120.000.000

6

392

117.600.00

117.600.000.000

423.360.000

423.360.000.000

7

656

196.800.000

196.800.000.000

708.480.000

708.480.000.000

8

1024

307.200.000

307.200.000.000

1.105.920.000

1.105.920.000.000

9

1516

454.800.000

454.800.000.000

1.637.280.000

1.637.280.000.000

Para que se mude de fator de torção, ou seja para se passar, por exemplo de dobra um para dobra dois e dai por diante, mais energia tem que ser liberada no sistema de propulsão, se ele for eficiente e bem construído, pode chegar a dobra 9.9.

Creio que com esses cálculos vocês poderão agora ter uma idéia da velocidade de uma nave estelar apenas checando suas especificações.

E aí começam as perguntas:

Pode se fazer uma curva?

Se tiver algo no caminho como desviamos?

E se forem micro meteoritos?

Como se faz com a inércia?

Bom, é claro que sem uma propulsão adequada funcionando nesse século não temos como prever como resolveremos isso, mas em jornada nas estrelas uma nave estelar tem muito mais que simplesmente seu reator de dobra.

Já sabemos viajar mais rápido que a luz. Simplesmente imaginar o campo de dobra sendo criado já possibilita imaginar que a alteração do formato desse campo de dobra, alterando a freqüência de ativação das bobinas possa causar um efeito de mudança de curso.

Para os obstáculos à frente da nave existe um equipamento que projeta um campo de força na forma de cone, ou cunha, como preferirem para afastar o espaço normal da frente da nave, tirando do caminho eventuais detritos, poeira cósmica  entre outras coisas que possam danificar a nave em caso de colisão. O computador de bordo, quando o timoneiro marca um curso, já tem em sua programação, uma total interação com os sensores de longo alcance, ou seja, já está por dentro de que curvas ele tem que fazer para não atravessar uma estrela ou um planeta.


Navigational Deflector SystemEsse campo precisa ser projetado de forma não apenas a afastar as micro e macro partículas do caminho, mas também a frear essas partículas, caso contrario a simples passagem de uma nave estelar por um sistema poderia desencadear uma chuva de micrometeoros na vizinhança.

Alguém aqui nunca levou um banho quando um carro passa correndo numa poça dágua perto de vc?

Aí você fica pensando, que arrancada deve ser entrar em dobra um? O pessoal deve sentir um tranco enorme, certo?

CERTO?

ERRADO!

Com o domínio de tanta energia, é claro que as invenções tiveram um novo campo de ação, e por causa do primeiro contato com os vulcanos, (por sorte nem klingons, nem romulanos, nem borg) vimos que a ultima fronteira merecia muito mais da nossa criatividade, por isso as naves estelares têm seus corredores e salas repletos de maquinas geradoras de gravidade artificial,  o formato dessa gravidade se adapta às acelerações que a nave sofre, e se adapta tão rápido que quando está tudo funcionando bem, a tripulação não sente aceleração nenhuma.

Com certeza a gravidade artificial está sob administração direta da manutenção de suporte de vida, passar muito tempo sem gravidade significa literalmente demitir seu sistema ósseo, o corpo humano precisa de estímulos para saber a que se adaptar, se esses estímulos deixam de existir então o sistema que respondia a eles atrofia. É mais uma manifestação pura de causalidade, causa e efeito!

Em 2005 as formas de se conseguir gravidade artificial se baseavam puramente na força centrifuga, Tenho aqui um exemplo pra quem quiser tentar em casa. But the main attraction was the dryer.  Kazuha, the first contestant!

Depois agüente a reclamação da patroa, ou faça o teste com ela mesmo.

É, senhoras e senhores, A propulsão de torção espacial usada em jornada nas estrelas, a qual chamamos de dobra espacial, está realmente ainda muito longe de nossas mãos, quem sabe aqui nessa sala encontra se alguém que vai descobrir um jeito de controlar a reação matéria-antimateria ou qualquer outra forma de energia capaz de produzir maquinas que torçam o espaço mais do que nosso sol?

Para finalizar gostaria de falar sobre uma ultima forma de se viajar mais rápido que a velocidade da luz.

O espaço, o tempo e o pensamento são a mesma coisa?

Velocidade do pensamento.

Já pararam pra ensar nisso?

Muito pouca literatura foi feita para definir esse tipo de deslocamento, depender apenas da vontade para viajar do ponto a para o ponto b tem beirado a ficção cientifica em seus limites, passando de um fato exclusivamente cientifico para fantasia, ou mesmo lendas religiosas.

No entanto, como somos cientistas, creio que não devemos deixar de lado os relatos históricos disponíveis, de fundo religioso ou não, lembrem se que foram as alusões ao Templo Celestial que levou a equipe de DS9 a encontrar a fenda espacial.

Sempre existem possibilidades

De todos os relatos de viagens na velocidade do pensamento, a que mais pode demonstrar essa teoria está na Bíblia, o livro mais lido em todo o planeta Terra, mesmo no século 24.

O mais marcante texto fala sobre a viagem de um extra terrestre do seu local de origem ao planeta terra sem o auxilio de uma nave.

No livro de Daniel, no capitulo 9 temos esse encontro que nos forneceu um detalhe impressionante.

Eu dividi o texto em três partes importantes.

1 - Na primeira temos um prefacio que nos situa no tempo em que isso foi escrito:

No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus.

no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.

2 - Na segunda parte Daniel começa a orar a Deus falando sobre o que o preocupava e não economizou palavras pra isso.

Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.

E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ó Senhor, Deus grande e tremendo, que guardas o pacto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;

pecamos e cometemos iniqüidades, procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus preceitos e das tuas ordenanças.

Não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da terra.

A ti, ó Senhor, pertence a justiça, porém a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras para onde os tens lançado por causa das suas transgressões que cometeram contra ti.

Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra ti.

Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,

e não temos obedecido à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.

Sim, todo o Israel tem transgredido a tua lei, desviando-se, para não obedecer à tua voz; por isso a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós; porque pecamos contra ele.

E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito a Jerusalém.

Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para alcançarmos discernimento na tua verdade.

por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; e nós não temos obedecido à sua voz.

Na verdade, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e te adquiriste nome como hoje se vê, temos pecado, temos procedido impiamente.

e Senhor, segundo todas as tuas justiças, apartem-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porquanto por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.

Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.

Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome; pois não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.

Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e põe mãos à obra sem tardar, por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome.

*   *   *

Enquanto estava eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,

sim enquanto estava eu ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente, e tocou-me à hora da oblação da tarde.

Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, vim agora para fazer-te sábio e entendido.

3 - Na Terceira temos um fato até aqui pouco notado: Gabriel demonstra quanto tempo levou para que ele chegasse numa viagem desde o Trono de Deus.

No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, pois és muito amado; considera, pois, a palavra e entende a visão.

Muitos teólogos protestantes consideram o lugar do Trono de Deus como estando no centro de toda a sua criação, eu não vou comentar aqui todas as ramificações teológicas sobre o assunto, mas pensem nisso, que velocidade esse anjo tem!

Pode um simples pensamento ter tanto poder?

Realmente o espaço, o tempo e o pensamento são a mesma coisa?

Será ainda que o que dizem na física que os átomos não são partículas e sim procedimentos nos deixa mais próximos da resposta?

Cabe a pessoas como nós que estamos nessa sala mantermos os olhos e mentes abertas para esses mistérios, pra um dia testemunhar a transformação de mistérios em descobertas.

Epílogo

Com certeza essas são formas muito bonitas imaginadas pelo homem para se chegar às estrelas, muitos inventam formas de viajar fora do corpo, conexões telepáticas, discos voadores etc etc etc...

Como somos um fã clube de ficção cientifica, tive o cuidado de me manter nos fatos sobre teorias já escritas e muito usadas nas series e estórias mais conhecidas, é claro que existem outras, mas muito menos populares e talvez muito menos explicadas do que em Jornada nas Estrelas.

Mas quanto as outras formas de viajar mais rápido que a luz usadas pelos fieis passageiros da HELLMANS AIRLINES este humilde trekker que vos fala, prefere a máxima do grito de guerra do Suboficial (chefe) O'brien que diz: Meu nome é Marc Seven, eu estou inteiro e bem vivo, e quero continuar assim.

FIM

Comodoro Marc Seven da FFESP

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